As camisas confeccionadas a partir de técnicas como estêncil, serigrafia ou tie-dye há algum tempo caíram no gosto de jovens que transmitem no que vestem seu olhar sobre o mundo. A moda alternativa, que ganhou as passarelas da UFS, nas últimas três semanas, vem ganhando a atenção dos universitários que se identificam com os temas sejam pelo teor crítico, seja pelo simples modismo.
“Sinceramente eu já vi muito disso, mais ainda assim é legal. São frases de caráter irônico, que servem para atingir ‘o povo’ pensante da universidade” declara Danilo Ribeiro, 9º período de psicologia.
Para Hugo e Luciano, as camisas representam também a forma como eles conseguem sustentar a experiência de viajar pelo Brasil . Formados em Jornalismo e Serviço Social, respectivamente, em novembro do ano passado, os amigos resolveram sair de Londrina no Paraná, para conhecer a diversidade cultural do país. Começaram pelo Nordeste, desembarcando em Sergipe há cerca de três semanas. “É a primeira vez que estamos aqui em Aracaju. Procuramos expor nosso trabalho principalmente em universidades e encontros políticos ou estudantis. A idéia é trabalhar com o universo crítico político,” explica Hugo.
Segundo Luciano as camisas buscam trazer estampas de crítica político-social. “Usamos os símbolos, para refletir sobre o significado de cada coisa. Propomos uma contra opinião às idéias dominantes pertencente às elites. E o que mais nos surpreendeu aqui na UFS foi a grande aceitação do público, até de cursos de ciências exatas ou direito, por exemplo, que geralmente não possuem tanta identificação com estas idéias”, comenta. “É muito interessante a relação com o público consumidor da UFS, porque acho que não haveria tamanha identificação numa universidade particular,” descreve Priscila Mendonça, estudante de psicologia da UFS.
As camisas possuem o preço único de R$ 15,00 cada, independente da estampa ou técnica usada em sua confecção. As estampas mais vendidas trazem mensagens de crítica a Rede Globo de Televisão,ou gravuras do artista inglês Banksy. As peças que rendem aos amigos paranaenses um faturamento mensal de R$ 700,00 em média, poderão ser vistas pela UFS até Junho.
Por Fernanda Carvalho (texto e foto)